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segunda-feira, 25 de julho de 2011

Inclusão digital do aluno jovem e adulto

A professora da FUMEC Marilda Sinigaglia enviou este depoimento e gostaria de compartilha-lo aqui:


A maioria de nós professores da FUMEC, EJA 1, da Prefeitura Municipal de Campinas, já passamos por épocas em que o local destinado às aulas de alfabetização era desprovido de um ar escolar: salas improvisadas, bancos baixos, pequenas lousas... Mas felizmente, essa realidade, embora ainda existindo, está se modificando. Hoje vemos salas de informática sendo rotina no currículo da EJA 1. O espaço físico é o início de uma conquista de novos lugares... A EJA pode ocupar na informática o espaço da habilidade de se digitar senhas bancárias, pagamentos com cartões de crédito, enviar mensagem para um familiar distante, chegando a ser instrumento de trabalho para os alunos que têm aprendizagem mais rápida e vão galgando novos espaços no mercado de trabalho, para se comentar apenas alguns avanços que podem ser o início de uma EJA que realmente inclua as pessoas que não tiveram oportunidades de estudo na idade oportuna, mas vão agora se inserindo no mundo globalizado.
São alunos que trazem consigo uma história de serviço braçal, “pesado”, como se diz. Têm as mãos grossas, geralmente nunca pensaram que pudessem ingressar no mundo, digamos mais delicado, lidando com máquina tão sensível como um computador. Os primeiros contatos são de grande esforço para interagir com algo tão diferente do que estão acostumados: são cozinheiros, copeiras, faxineiros, jardineiros, operários da construção civil, aposentados que trabalhavam na zona rural, carregadores, entre outros, ou jovens egressos da escola regular excludente. Mas notamos, através do Projeto EJA PROFISSÕES, em parceria com o CEPROCAMP, que se forem encorajados a não terem medo de errar, quebrar, danificar, irão perceber o lado mais leve de suas mãos e o quanto são capazes de aprender o novo, de ter sensibilidade para manusear instrumentos tão delicados. É uma nova concepção sobre si mesmos, é a auto estima tomando força, é o gosto pela aprendizagem, e a certeza de que podem trilhar novos caminhos , independente da idade que possuem. E com referência à idade, nossa experiência no projeto tem mostrado que a convivência entre jovens, adultos e idosos pode ser respeitosa e solidária, sendo que a escola cumpre também seu papel social lançando à sociedade cidadãos que convivam com as diferenças, sem preconceito e em harmonia.
 

Um comentário:

  1. OLá marilda
    fico muito feliz em vê-la animada e motivada
    que Deus a abençoe
    abraços
    mary

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